11 de setembro de 2017

Dungeon Meshi - Foods & Dragons!


Saudações, guardiões!

Como minha primeira review de uma obra nipônica neste blog, escolhi esta obra que conheci não faz muito tempo e que já se tornou uma de minhas preferidas: Dungeon Meshi.

Escrito e ilustrado por Ryōko Kui (talvez eu faça um post sobre as outras obras dela) e publicado pela revista Harta, da editora Enterbrain, é um seinen de comédia com a estranha proposta de unir fantasia e gastronomia.

É, é algo bem diferente, até mesmo para o rico e criativo universo dos animes e mangás. Sei que temos mangás que também focam na culinária (menção honrosa a Toriko e a Shokugeki no Souma), mas o modo como isso acontece em Dungeon Meshi é que torna a obra tão interessante.

Conheci esta obra através da indicação de um conhecido de um grupo que faço parte, e antes de ver o nome ser citado por ele, nunca havia ouvido falar dela. Eu não sabia o que esperar... e uma das coisas que eu gosto é ter contato com obras que desconheço totalmente.

Itadakimasu!

FICHA TÉCNICA

Título: Dungeon Meshi (ダンジョン飯, Dungeon Food, Delicious in Dungeon)
Tipo: Mangá
Número de volumes: 5 volumes
Status: Em andamento
Gêneros: Aventura, comédia, drama, sobrenatural, fantasia
Demografia: Seinen
Periodicidade: Mensal
MangakáRyōko Kui
DesenhistaRyōko Kui
Ano: 2014
Publicação no Brasil: Ainda sem data e editora
Anime: Ainda sem anúncio



Capas dos volumes já publicados

SINOPSE

Mais de mil anos atrás, havia um reino próspero e rico, que por motivos ainda desconhecidos, foi arruinado e afundado no subterrâneo por um feiticeiro das trevas. As últimas palavras do rei, o último sobrevivente do desastre, aos homens que o encontraram, eram de que quem fosse capaz de derrotar o feiticeiro louco seria recompensado com todo o reino. Isso deu início a inúmeras expedições de aventureiros, em busca de fama e glória, tornando o reino abandonado uma dungeon cheia de mistérios e tesouros.

Temos então Laius, líder de um grupo de aventureiros, enfrentando um temível dragão vermelho no andar inferior da dungeon. Por falta de preparo e principalmente, de uma boa refeição, eles sofrem nas mãos da criatura até o ponto que Farin, irmã de Laius, é engolida pelo dragão.


Laius decide que irá resgatar sua irmã a todo custo, mesmo falido e sem equipamento apropriado. Ao lado de Marsilla e Childchack, ele encontra Senshi, um anão cozinheiro, que os ajudará a sobreviver dentro da dungeon.


HISTÓRIA
com alguns spoilers...

No começo, cada capítulo foca em uma receita inusitada e seu modo de preparo, sempre colocando o grupo em situações perigosas e cômicas. Marsilla, a elfa maga, é a mais contrária a ideia de se alimentar de criaturas da dungeon. Acostumada a um certo padrão de vida, não consegue aceitar a ideia de que um monstro possa vir a ser uma refeição decente. Porém, devido à insistência de Laius, que ao contrário dela, é um grande entusiasta da culinária da dungeon, Marsilla acaba cedendo e experimentando os quitutes do anão. O resultado é que todas as receitas de Senshi, apesar da procedência um tanto quanto repulsiva, são deliciosas. Como diria o velho ditado, quem vê cara não vê coração...



Entre refeições e perigos, o grupo se aventura pela dungeon, visando chegar ao andar mais profundo, a morada do temível dragão vermelho, acompanhando o ritmo de desenvolvimento do enredo. Partindo de capítulos focados na culinária, passamos a nos aprofundar no drama de Laius e seus amigos e também na história da dungeon em si. Somos apresentados a alguns mistérios envolvendo o castelo do rei e descobrimos algumas informações a respeito do mago louco. Nos últimos capítulos lançados é que a história começa a ganhar forma, quando nos deparamos com o fato de que a irmã de Laius, que foi encontrada digerida no estômago do dragão e ressuscitada por Marsille através de magia negra, na verdade, está sob controle do mago louco.

Por enquanto temos poucos capítulos lançados, e o resto do enredo só podemos teorizar. Mas já dá pra sentir o gostinho do que está por vir. Hehe.

PERSONAGENS

GRUPO DO LAIUS

Nome: Laius Thorden
Idade: ?
Raça: Humano
Classe: Cavaleiro
Bio: Líder do grupo e um destemido e experiente cavaleiro, é um aventureiro de longa data. Possui um entusiasmo quase obsessivo por culinária da dungeon e um grande conhecimento de criaturas e monstros em geral, o que se mostra uma mão na roda em inúmeras situações. Tem uma personalidade gentil e calma. Não mede esforços para resgatar a sua irmã, nem que para isso sejam necessários grandes sacrifícios.


Nome: Marsilla (ou sua futura waifu 🎔)
Idade: ?
Raça: Elfa
Classe: Maga
Bio: Tem uma personalidade forte, porém sabe ser meiga da sua maneira. Um tanto quanto desconfiada em relação à culinária da dungeon, acaba cedendo aos dons culinários de Senshi. Sempre dá o seu melhor para ser prestativa ao grupo. Se formou numa universidade de magia junto de Farin, e sua magia é bem versátil, indo de feitiços de cura até poderosas explosões.


Nome: Chilchack Bolseiro
Idade: 60 e tantos
Raça: Halfling (ou hobbit, se preferir)
Classe: Ladino
Bio: Especialista em armadilhas e fechaduras, Chilchack é o responsável por lidar com os perigos escondidos da dungeon. É o mais sério do grupo, e sua principal motivação é ganhar dinheiro. Apesar de ser pequeno e péssimo em batalhas, é muito esperto para bolar estratégias.





Nome: Senshi
Idade: ?
Raça: Anão
Classe: Cozinheiro hehe
Bio: Passou dez anos estudando e pesquisando modos de preparar receitas com os recursos que a dungeon oferece. Se ofereceu a ajudar Laius e seu grupo com o objetivo de cozinhar o dragão vermelho. É quieto e inexpressivo, porém tem um bom coração e se importa com seus companheiros. É um grande conhecedor da dungeon e sabe muitos segredos a respeito dela, além de ser um comerciante conhecido por muitos de seus habitantes.


Nome: Farin Thorden
Idade: ?
Raça: Humana
Classe: Suporte
Bio: A gentil e inocente irmã de Laius. É uma maga especializada em feitiços de purificação e cura, e estudou junto de Marsilla, sua melhor amiga. É capaz de ver e conversar com espíritos. Foi engolida pelo dragão vermelho enquanto salvava seu irmão.






EX-MEMBROS DO GRUPO DE LAIUS

Nome: Namari (ou a anã mais amorzinho que você vai conhecer)
Idade: ?
Raça: Anã
Classe: Guerreira
Bio: Ex-membra do grupo do Laius, esteve presente ao lado dele até Farin ser vítima do dragão. Deixou o grupo e partiu em busca de aventuras mais rentáveis. Se juntou como guarda-costas de dois pesquisadores que estão estudando a dungeon.





Nome: Sureau
Idade: ?
Raça: Oriental (são superiores aos humanos comuns)
Classe: Samurai
Bio: Ex-membro do grupo do Laius, esteve presente ao lado dele até Farin ser vítima do dragão. Por gostar da Farin, saiu do grupo para encontrar uma maneira de resgatá-la por si só. É líder de um grupo de mulheres orientais extremamente habilidosas e gatas.






KABRU E SEU GRUPO


Kabru é líder de um outro grupo de aventureiros que se aventuram paralelamente ao grupo de Laius, e são possivelmente seus futuros rivais. Bastante ambicioso, seu objetivo é derrotar o mago louco e conquistar a dungeon. Não vai com a cara de Laius e acredita que ele não é digno de se tornar rei. Sua equipe é composta por: Lynnsha, uma maga oriental, Daya, uma anã guerreira, Holme, um gnomo feiticeiro, Mickbell, uma ladina hobbit e Kuro, um kobold. Como ainda não deu tempo de se aprofundar nesse grupo, não tenho muitos detalhes a respeito dos membros.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Dungeon Meshi tem inúmeros elementos de fantasia para aqueles que estão familiarizados com o tema. Raças, classes, criaturas, sem contar a própria ambientação, que remete bastante aos famosos RPGs de exploração e aventuras em cavernas e calabouços (Dungeon & Dragons, por exemplo, como se já não fosse óbvio o bastante). O próprio grupo de Laius é um padrão bastante comum nas parties desses games, pensado para ter um bom equilíbrio de habilidades: um guerreiro, um mago, um ladino, sempre um deles sendo de uma raça diferente, como um elfo ou um anão.

Chilchack odeia mímicos.

A parte culinária não deixa a desejar. Todas as receitas são explicadas passo a passo, mostrando o esforço de Senshi e seus companheiros em buscar ingredientes, utensílios e locais para preparo. A maior parte dos ingredientes são criaturas, monstros e plantas que vivem na dungeon, porém alguns condimentos e temperos Senshi necessita reabastecer, geralmente em lojas fora da dungeon. Ele cultiva legumes e verduras dentro da própria dungeon, nas costas de golens de terra, como mostrado em um dos capítulos. Tudo isso para ilustrar a dificuldade de sobreviver dentro da dungeon sem dinheiro para suprimentos. Um ponto interessante é que ao final de cada receita, nos são apresentado alguns dados a mais a respeito dela, como a quantidade de porções que rende e até seus valores nutricionais. Solta os cachorros!!!

Não importa se é feita de tripas de monstros, desde que seja uma refeição nutritiva!
O verdadeiro treinamento para virar monstro.

Embora o foco do enredo seja a aventura dentro da dungeon, alguns diálogos nos revelam algumas informações sobre a história do universo de Dungeon Meshi. Existem conflitos entre as várias raças que habitam aquele mundo, e inclusive a ilha onde se encontra a dungeon faz parte de um acordo de trégua. Esses conflitos são a razão de algumas raças se esconderem dentro da dungeon, como os orcs, por exemplo. Existe muito interesse político em cima da dungeon, devido os tesouros que ela esconde e todos os seus segredos que ainda não foram decifrados.

Por causa da magia que o mago louco lançou sobre a dungeon, ela se tornou um "calabouço vivo", capaz de mudar e se restruturar de tempos em tempos, dificultando a jornada daqueles que a exploram. Novas passagens surgem e antigos atalhos deixam de existir. E essa não é a única magia envolvendo a dungeon. Pessoas que morrem dentro dela podem ressuscitar, caso seus corpos ainda estejam inteiros ou em um bom estado, pois a dungeon impede que a alma se desprenda totalmente do corpo. Alguns se aproveitam disso, cobrando preços abusivos para trazer alguém de volta a vida. 


O mangá tem vendido muito bem mesmo, como você pode conferir nessa análise feita lá no site Chuva de Nanquim. Então não é sonhar demais dizer o anime pode vir a ser anunciado para as próximas temporadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
...e minha opinião pessoal

Fanart - não consegui localizar o autor.

Essa é uma das obras que você lê e não para mais, mesmo com um enredo simples. Os personagens são cativantes e você acaba comprando o drama deles. Não tem como não gostar do Laius e do seu grupo (principalmente da Marsilla, que é um amor). Ficamos curiosos em saber qual vai ser a próxima refeição, ou qual o próximo desafio da dungeon. O humor da obra é bem leve e bem balanceado com relação às cenas pesadas em alguns capítulos. O entrosamento do grupo proporciona desde situações cômicas a cenas envolventes e tensas. Você se sente como um integrante do grupo, observando e se divertindo junto com eles em sua jornada.

Eu gosto muito de culinária e já li Toriko inteiro. Mas apesar do tema em comum, simplesmente não dá pra comparar as duas obras. Toriko é um shonen extremamente exagerado, com receitas absurdas e poderes extremos, que superam até mesmo Dragon Ball Z. A culinária é apenas um mero detalhe, eu poderia dizer. Já em Dungeon Meshi, tudo é bem pé no chão, é claro, se levar em consideração o universo no qual eles vivem. Não tem muitos exageros, e é tudo bem coeso. As receitas até mesmo parecem deliciosas. O traço da autora, apesar de não se comparar a de outros mangakás consagrados, harmoniza muito bem com a atmosfera da estória. 

Eu realmente recomendo essa obra. Dungeon Meshi quebra o paradigma de que aventuras em calabouços devem ser apenas sobre atos heróicos e batalhas aterradoras: também pode ser sobre refeições e culinária. Você não vai se arrepender de ler.

Isso é tudo, pessoal!
Para encerrar com chave de ouro, uma pequena curiosidade: para promover o lançamento do mangá no EUA, e editora Yen Press estava dando como brinde hashis personalizados.

Fonte: Comics Worth Reading

Será que teremos algo parecido quando o mangá for lançado aqui no Brasil?