Olá, você que não me conhece! Meu nome é Lucas Mazza, e eu sou o novo guardião deste blog. Venho aqui para tentar trazer algo a mais das obras e apresentar a vocês, começando com um novo quadro. Seja bem vindo ao...
PRIMEIRO IMPACTO!
"Primeiro Impacto" vai ser um quadro de primeiras impressões que vamos utilizar para comparar uma visão superficial de um mangá com uma visão completa do mesmo. Vai ser um experimento interessante e eu espero terminar todos que encaixar aqui. Acabei de terminar de ler o primeiro volume de Oyasumi Punpun e tenho algumas impressões pra comentar.
FICHA TÉCNICA
Título: Oyasumi Punpun (おやすみプンプン, Boa noite, Punpun)
Tipo: Mangá
Número de volumes: 13 volumes
Status: Finalizado
Gêneros: Drama,
Slice of Life, Psicológico
Demografia: Seinen
Mangaká: Asano Inio
Ilustrador: Asano Inio
Ano: 2007
Oyasumi Punpun - Volume 1 |
SINOPSE
Punpun é uma criança como todas as outras. Alegre e hiperativo, ele passa por muitos conflitos em sua vida, assim como qualquer outro ser humano. Essa é a história da vida de Punpun, superando seus obstáculos e as adversidades que o mundo lhe traz.
IMPRESSÕES
A sensação que eu tenho ao ler Punpun é uma sensação de deixar sempre algo passar, como se eu não tivesse pego a mensagem. Espero que isso se deva a ser apenas o primeiro volume, porque se eu realmente deixei passar muita coisa vou ter que reler, e não estou com muita vontade.
Mano olha esse cara, eu rio muito com essa porra |
Surpreendentemente, Punpun é apenas um garoto comum que tem na sua vida (oras vejam só) uma interferência por uma força externa: O próprio criador encarnado em forma de Deus.
Na minha interpretação de quem só leu o primeiro volume, o "Deus" é apenas o subconsciente do Punpun fazendo ele ter atitude. Punpun é um garoto tímido, reservado e confuso que não tem voz própria (ele não apresenta nenhum balão de fala). Quando é mostrado ele conversando com alguém, geralmente a pessoa entende o Punpun mas não é mostrada a fala em si, ou então a fala do Punpun é dita entre aspas em um balão de narração, como se estivesse sendo citado pelo narrador (que seria o Asano Inio, assim como o pŕoprio Deus). Punpun é um personagem que não sabe interagir, não consegue tomar as próprias decisões, elas são tomadas por essa força externa. Não só Punpun não fala como ele não pensa. Seus pensamentos são narrados assim como suas falas. Punpun é um garoto que não sabe reagir por si só.
Aqui vemos uma rolinha ereta mexendo a cabeça |
O Punpun cobre a parte da "Busca de identidade", já o mundo em que Punpun vive cobre a parte dos sentimentos reprimidos.
Deixando de falar do nosso garoto que parece uma rolinha, eu acho muito intrigante o mundo que o Punpun vive. Uma das coisas que mais gostei de Punpun foi o grupo das crianças. A atmosfera infantil, porém honesta da infância é algo que eu quase nunca vejo. Nos animes Slice of Life, as crianças são geralmente burras ou inocentes demais. A inocência da criança é uma inocência burra e não uma inocência gentil como geralmente é representado. Oyasumi Punpun é bem honesto em relação à inocência e à burrice dos personagens. Eles não são idiotas e nem gentis, são crianças de verdade.
Agora sobre o grupo de adultos... É realmente muito estranho a maneira como os adultos são representados, eles são histéricos sobre suas emoções. Por exemplo: Quando Punpun não lê o trabalho o professor começa a surtar sobre sua carreira e seus alunos.
Mas o mais bizarro disso tudo é o fato das crianças agirem como se não tivesse acontecido nada de estranho, como se ele só tivesse dito "Você não trouxe? Já te falei pra fazer as atividades, se continuar assim vou ter que ligar pro seus pais". A partir desse tipo de cena eu cheguei a 2 conclusões:
1ª - Crianças não escondem seus sentimentos. Crianças são criaturas honestas que falam o que pensam. Já os adultos escondem seus sentimentos, pois tem uma imagem a manter e ficam se reprimindo para não comprometer seu status social. Por isso Oyasumi Punpun brinca com esses sentimentos reprimidos e os exagera para mostrar o quanto eles guardam isso para si mesmos.
2ª - Os adultos são representados assim pois Punpun não entende o que os outros sentem. Ele imagina a situação do professor do jeito mais exagerado o possível. É uma característica cômica de desenho animado e essa é provavelmente a referência emocional que Punpun tem.
Ou seja, o mundo de Oyasumi Punpun é representado pela visão de Punpun e não necessariamente o que é mostrado está acontecendo de fato. O professor não surtou, mas Punpun viu como se fosse um surto.
Só tem uma coisa que eu não entendi até agora em Oyasumi Punpun: por que Punpun e sua família são representados de maneira diferente?
Minhas teorias são várias e nenhuma parece correta, mas como esse quadro é pra ver no que eu acertei e errei, vou compartilhar minha ideia mais próxima do que eu acredito estar certo:
Minha conclusão é de que Punpun assimila a imagem dos outros com seu entendimento sobre seus sentimentos. Como ele não se entende, ele se vê e vê sua família como algo bizarro, algo diferente, algo fora do compreensível. As crianças, por serem honestas com seus sentimentos, são a coisa mais "normal" na visão de Punpun, pois ele as entende. Já os adultos são meio termo, Punpun não entende como eles se sentem e porque se reprimem, por isso quando eles fazem alguma ação envolvendo sentimentos e psicológico, eles tomam uma presença ou aparência bizarra.
Minha conclusão é de que Punpun assimila a imagem dos outros com seu entendimento sobre seus sentimentos. Como ele não se entende, ele se vê e vê sua família como algo bizarro, algo diferente, algo fora do compreensível. As crianças, por serem honestas com seus sentimentos, são a coisa mais "normal" na visão de Punpun, pois ele as entende. Já os adultos são meio termo, Punpun não entende como eles se sentem e porque se reprimem, por isso quando eles fazem alguma ação envolvendo sentimentos e psicológico, eles tomam uma presença ou aparência bizarra.
Bom isso foi o que consegui sugar de Oyasumi Punpun nesses primeiros 12 capítulos. Por favor sem SPOILER nos comentários! Caso não tenham lido Oyasumi Punpun ainda, leiam o primeiro volume e comente aqui suas conclusões também!